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TRIO ELÉTRICO (by Sérgio Enzo)

>> domingo, 27 de abril de 2008

Eles sabiam que eu ficaria surpreso com a notícia.
Quando Euzer chegou à fila da entrada da boate, tinha um sorrisinho de quem ou havia aprontado, ou aprontaria alguma. Só não sabia que ele aprontaria comigo.

- Serginho, adivinha quem vai vir conosco hoje?

Sou péssimo para essas charadinhas, ainda mais vindas de quem vem. Então, 284 nomes depois, ela aparece. Confesso que todos os sons, todas as cores, todos os nomes, tudo naquela noite, parou por alguns instantes.

Luciana Torres – ou simplesmente, Lulu:

- Serginho, meu gostoso, meu tesão! Que saudade de você!!!
- Sua piranha... Desde quando você voltou, vagaba dos infernos? Nem pra avisar???


Havia chegado ao início da semana, a ordinária. E procurou Euzer primeiro.

- Queria fazer uma surpresa! Mas você continua delicioso – diz olhando meu corpo de cima a baixo, parando “nas partes” e na bunda, e deixando o “macho alfa” (esta história ainda vai dar assunto) aqui ruborizado – . Aliás, os dois, né? Você ficou ótimo de barba, Euzer.

E, enlaçando o meu braço e o de Euzer, Lulu ficou igual Dona Flor, junto aos seus dois maridos... E conseguiu o que queria: que as pessoas à sua volta notassem que ela estava ali. Poderosa, absoluta e, principalmente, necessária!

O “trio elétrico” estava, de novo, reunido. Desde 2004, quando Euzer começou a namorar aquele paquiderme, que não estávamos juntos. A pista da boate Villa Madalena (Bauru) foi testemunha de “altas orgias” entre nós três. Aí Lulu resolveu também arrumar um enrosco em São Paulo e rareou suas visitas a Bauru.

Lulu é designer gráfica. Depois de trabalhar em pequenas editoras, criando layouts de revistas, fazendo a comunicação visual de algumas empresas, transitando por agências de propaganda e encerrando seu ciclo paulistano na Editora Globo. Aí, arrumou as malas e passou uma temporada na Europa fazendo doutorado e especialização. E namorando, claro! Trocou de emprego como trocou marido (morou junto com um em São Paulo) por namorados (dezenas) e por ficantes (talvez algumas centenas). Agora, aquietando-se em Bauru (segundo ela própria), será responsável por uma nova revista que estará em breve em todas as bancas do Brasil.

- E você ainda quer morar lá, Euzer? Aquela porra de cidade parou. Tem carro demais, gente demais e paciência de menos! A única coisa que ainda tem bastante é homem! Ô, coisa boa! Bem, pelo menos terei seu apartamento lá, quando quiser caçar uns machos!

Lulu tem 34 anos. Aparenta 25 (principalmente com seu jeito manso e delicado de dizer absurdos como este que você acabou de ler), age e se comporta como se tivesse 18 e sua mãe jura que ela ainda não fez 3, pois a trata como “meu bebê”. Morena, tipo comum, insiste em viver fazendo luzes no cabelo. Qualquer dia Carla Perez vai processá-la, por ser mais falsa loira que ela. Uma mulher que se agiganta só com sua presença, mesmo tendo apenas um metro e sessenta.

Conversamos quase uma hora antes de irmos para a pista. Lulu sempre em contato físico com os dois ao mesmo tempo. Lulu é assim. Mas é assim comigo e com Euzer. Só. Por trás deste jeito “mulher da vida”, há um ser humano encantador, uma amiga leal e fiel, uma companheira divertida e, principalmente, um par de ombros e ouvidos perfeitos para nos amparar. Por que o filho da puta do ex marido dela foi trocá-la por OUTRO?

Na pista ficamos “conhecendo o ambiente” por algumas músicas. Até que Ida Corr é despejada! Dona Flor pega seus dois maridos e os leva para o meio da pista. E, entre um sanduíche de Lulu (sendo eu e Euzer as metades do pão), até beijo na boca rolou. Ora comigo, ora com ele. E de língua!

As pessoas do lado, que já estavam – por conta da bebida – dando seus shows gratuitos, ficaram estarrecidas conosco no meio da pista quase fazendo “sexo a três” – ainda bem que estávamos devidamente vestidos – agora ao som de Yves La Rock e sua dançante Rise Up (“My dream is to fly over the rainbow, so high...”).

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Pobre Menino Rico e o Macho-Alfa (by Sérgio Enzo)

>> terça-feira, 22 de abril de 2008

- Que lindo! Amarelo! É a sua cor preferida, não, Euzer?
- Exatamente. Levei quase 40 anos pra conseguir ter meu carro zero, e agora ele está chegando.
- As compensações da vida, não?
- (demora um pouco pra responder. O olhar perdido no nada) É...

Estava me acostumando a sair com Euzer e na semana que ele não pôde sair por conta de uma prova, confesso que me senti perdido e até desamparado na balada. E, claro, eu tinha de fazer alguma besteira...
Tudo começou quando não vi um cesto de lixo no corredor da boate e tropecei. Deve ter sido praga da Monstra. Um corte na testa, um band-aid providenciado pelo dono da boate e muitas recomendações de cuidados do bombeiro de plantão depois, estava na pista.
Pra variar no meu canto. De repente, ela veio, passou, olhou para mim e para minha testa. Deve ter pensado: “o chifre está nascendo”. Talvez eu esteja sendo corno mesmo, de Marina.


- Passaporte, Euzer?
- Nas minhas próximas férias, quando tiver acabado a pós, a reforma já estiver pronta, e se Deus quiser, eu morando em São Paulo, vou conhecer a Espanha!
- Caraça, meu!
- Madri, Barcelona e, claro, a ilha de Ibiza!

Fui ao bar pegar uma cerveja... Tá, eu sei que você vai brigar comigo pela quantidade de latas que eu tomo. Mas eu gosto, fazer o que? Então quando voltei, para o mesmo lugar, vi que ela e suas amigas estavam perto de onde eu costumo ficar. Comecei a encará-la.

- É... Quem diria que eu iria chegar aos 40 anos trabalhando só por prazer, não pelo salário, pelo dinheiro, sem me preocupar com contas, com economias? Pode entrar numa loja e comprar a roupa ou o sapato mais caro? – de novo o olhar de Euzer se perde no nada.
- Euzer, a vida resolveu compensar vocês por tudo o que aconteceu. Não é você que fala dos “mistérios da fé”?

Quando tocou a música Stay Around, do Milk & Sugar, eu simplesmente surtei. Comecei a dançar. Você sabe que eu adoro esta música! Fechei os olhos e fui! E entre um “I can stay...” e outro, percebi que trombei em alguém, e que o muito que ainda restava da minha cerveja voou na blusa cinza desta pessoa.

- Faltam 14 anos para eu me aposentar...
- Me assusta quando você fala assim: Catorze anos é muito pouco tempo. Parece que foi ontem que eu tinha 16.
- Mas é a realidade... Logo o Banco vai querer se livrar de mim.
- E aí você vai querer montar aquele quiosque na praia?
- Com certeza! Esse será meu final. Um quiosque na praia, ponto badalado, tudo simples, mas aconchegante.
- Só espero que não seja em...
- Nem termine a frase. Esta cidade está riscada do mapa da minha vida!

Ela só faltou me cortar o outro lado da testa. Me xingou, gritou, esperneou... E quando ela sossegou, eu, que já estava com aquela cara cínica, disse pra ela: “dance comigo até secar a roupa”. E comecei a dançar. Segurei em sua cintura molhada de cerveja. De repente, suas amigas haviam sumido. Qual seu nome? Débora, eu o seu? Sérgio, prazer? O prazer é meu! Não é não, é nosso!

- Ah, Sérgio, eu não sei se estamos juntos, se não estamos.
- Mas você gosta, não gosta?
- Gosto, gosto muito. Eu sei que conquistei. Sei que plantei o melhor de mim naquele coração, só não consegui atingir a alma.
- Incrível, Euzer. Tenho o mesmo sentimento em relação a Marina. Por que as pessoas que nos apaixonamos fazem isso conosco, hein?
- Porque a gente deixa, Sérgio. Em nome da tal paixão, a gente acaba sendo permissivo demais. E aí, dá isso: folgam em cima da gente, e ainda se acham no direito de dizer que estão certas.

Estávamos no terraço, nos beijando alucinadamente, com a lua cheia nos iluminando. Confesso que entre minhas pernas havia algo que havia crescido em demasia. E pelo contato, ela havia percebido há muito tempo, mas não se importou – deve ter gostado. Eu disse a ela “você já está sequinha”. E ela respondeu: “a roupa está seca, mas eu estou toda molhada, gostosão!”.

- Gostosão, é?
- Euzer, nunca uma mulher me chamou de gostoso, assim!
- E você ainda acha que só os homens podem chamar as mulheres de Gostosas? Elas aprenderam como se faz... Ainda bem, né?
- Mas confesso que acho estranho...
- Bem vindo ao século XXI. Ou você acha que é bonito ser um eterno “macho alfa”?

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AMOR MAIOR QUE A MORTE - A vida de Pepe - meu cão - parte 3 (final)

>> sábado, 19 de abril de 2008

Quando Deus criou a terra e o céu
Nada foi deixado ao léu
As árvores, as flores os peixes no mar,
As aves e insetos, passando no ar

E quando finalmente terminou
Tudo era novo, belo e profundo
O Senhor então pensou
vou sozinho caminhar por este mundo

Viajou muito e um nome dava a tudo que via
E por onde quer que caminhasse
Uma pequena criatura o seguia
Sempre a seus pés, mesmo quando a força já fugia

Finalmente sobre a terra, céu e mar,
Tudo tinha um nome, tudo estava no lugar
E a pequena criatura então falou:
“E a mim Senhor, de que maneira, vais chamar?”

Fazendo um carinho no cansado animal,
Ternamente o Pai lhe disse: "Deixei-te pro final"
Mas não te entristeças comigo
Pois mais que um nome, te chamarei de Amigo!!
.
(autor desconhecido, poesia encontrada
no perfil de Pepe, no Orkut)


E eu parado, ali, na recepção da clínica, com o exame na mão, olhando fixamente para as oito letras do resultado: ENE – E – GÊ – A – TÊ – I – VÊ – O: NEGATIVO.
As duas recepcionistas nem ligaram para o tamanho berro que dei. Até uma médica veio ver o que estava acontecendo.
E, de novo, o caminho para casa foi em meio a lágrimas. Só que desta vez, de felicidade.
Felicidade compartilhada com meu pai, minha mãe e meu irmão.
Claro que os quatro foram rodear o monstro peludo que estava lá fora.
E o ano de 2006 veio seguindo feliz... A prefeitura, por conta do processo que movi contra o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), nomeou um perito que iria verificar o dia-a-dia do animal (só foi em casa uma vez – e quando o fez, estava com roupa branca. Adorei o pulo que Pepe deu nele, depois de ter mergulhado no barro do quintal), mas exigiu, de novo, o tal exame de PCR do sangue e dos linfonódulos.
O do sangue, tudo bem. Outro negativo. O dos linfonódulos não foi possível, porque os nódulos eram pequenos, quase imperceptíveis – um sinal de que a Leishmaniose não se manifestara.


Durante a copa do mundo de 2006, mais precisamente no jogo Portugal e Holanda, Pepe conheceu Princesa, a labradora da foto acima que viria, 59 dias depois, a ser mãe de seis filhotes lindos como o pai e charmosos como a mãe. Meus seis netos (apesar de eu me autointitular “tio” do Pepe, já que ele tem pai e mãe – ambos labradores).
Em outubro de 2006, Pepe ficou sem o avô dele. Foi doloroso ele perder o grande companheiro das caminhadas pelo quintal de casa todas as manhãs. Pepe conquistara o duro coração de meu pai. Tanto que meu pai não sabia ir ao quintal sem ter seu companheiro peludo correndo por todo o quintal.


Eis que chega 2007 e logo antes do carnaval, Pepe perde o tio. Talvez ele tenha sentido o golpe, pois nunca mais subira na janela do quarto para receber carinhos no focinho, como meu irmão sempre fazia quando estava na escrivaninha escrevendo algo para seu site sobre jornalismo. Aliás, depois da morte de meu irmão, aquela janela passou a não fazer mais sentido algum para Pepe.


E em julho, quando o Brasil ainda estava assustado com o acidente com o avião da TAM, em São Paulo, Pepe estava sedado na clínica para, a pedido do “ilustríssimo senhor juiz” (com letra minúsculas mesmo) e por sugestão do perito (aquele), fazer os exames de PCR do sangue, da medula e da pele. Seriam, segundo meus advogados, os exames mais importantes e que definiriam o futuro de Pepe. Só que o da pele, para ser feito, precisaram tirar cerca de MEIO centímetro de uma das orelhas dele. Meus advogados precisaram me segurar quando eu quase tive um ataque, na frente do perito, murmurando a palavra “assassino”. O perito ouviu.
Quinze dias depois, o resultado: NEGATIVO – NOS TRÊS EXAMES.
Outro berro de felicidade. Isso porque eu ainda estava mergulhado numa crise pelo pé na bunda que tomei daquela mesma criatura que sugeriu que eu entregasse para sacrifício (leia a parte 1). Confesso que naquele dia não estive triste.
E o mais importante: os advogados me disseram que depois destes resultados, o juiz não seria louco de pedir outro exame. Só que até hoje o “ilustríssimo senhor juiz” não deu a sentença final.


Resumindo a história que termina neste post: A força do amor realmente é imbatível.
Pepe – depois de minha mãe – é o grande amor da minha vida. Ele soube me conquistar. Ele soube e sabe me fazer feliz. É meu grande companheiro. Ele me permite a arte de brincar de ser feliz. De ser criança. De rolar na grama. De correr. De compartilhar grandes caminhadas. Pepe exige carinho, mas dá carinho. Pepe exige atenção, mas está lá prestando toda a atenção em mim. Pepe é fiel. Porque ele também ama. E sem dizer uma única palavra, Pepe consegue expressar e arrancar de mim o mais forte dos sentimentos: o verdadeiro amor!

Te amo, Pepe. Por toda a minha vida!

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AMOR MAIOR QUE A MORTE - A história e a vida de Pepe, meu cão - parte 2

>> domingo, 13 de abril de 2008

"Quem nunca sentiu um amor verdadeiro,
talvez seja por nunca
ter tido um cão"

(Autoria desconhecida)


Eu tinha duas escolhas a fazer: ou continuava chorando e esperava, impassível, meu cachorro ser levado para sacrifício ou correria contra o tempo.
A veterinária me passou duas clínicas da cidade que estavam fazendo tratamentos em animais com leishmaniose. Uma delas, por sorte (dedo de Deus, só podia ser) ficava a apenas 300 metros da casa dos meus pais.
Era corrida contra o tempo, porque, por uma determinação legal, a veterinária teria de comunicar ao Centro de Controle de Zoonoses que havia um animal infectado.
O veterinário então, explicou como seria o tratamento:

A primeira providência

O mosquito-palha (vetor, ou transmissor da doença) só ataca à noite. Portanto, Pepe deveria ficar confinado num canil telado desde pouco antes do sol de pôr até alguns minutos após o sol sair no dia seguinte. Sim, isso seria um fardo, porque Pepe nunca, jamais, ficara preso. Nos primeiros dias foi um horror. Ele latia desesperado. Os vizinhos devem ter ficado alarmados. A construção do canil levou rápidos 3 dias. Os homens da loja sentiram minha urgência e, R$ 800,00 depois, entregaram a obra pronta. E eu tinha de ficar com Pepe o maior tempo possível, para ele não se sentir tão chateado. E eu falava (sim, falava) com ele, pedia calma, pedia paciência, porque aquilo ia passar.

A segunda providência

Ele deveria tomar, enquanto vivesse – portanto, toma até hoje – dois comprimidos diários de Alupurinol 300 mg. Esse comprimido faz o que? Evita a replicação do protozoário. Ou seja, seria como se se esterilizassem todos os protozoários. Fazendo uma comparação grosseira, seria como se todos os seres humanos passassem por uma cirurgia para não ter filhos. Seria o fim da humanidade.
Fazendo outra comparação com humanos, seria como o coquetel que um aidético tem de tomar enquanto estiver vivo: todos os dias, a vida inteira.

A terceira providência

Deixar protozoários vivos não bastava. Teria de exterminar todos, no menor tempo possível. Duas vezes por semana, durante oito semanas, ao custo de R$ 50,00 cada sessão, ele tomaria um soro com um medicamento fortíssimo chamado Anfotericina B. Comparando com os humanos, o poder deste medicamento equivale a uma quimioterapia. O animal poderia ter enjôos, ficar desanimado e haver queda dos pêlos.
Pepe não teve enjôos, não perdeu pêlos e estava cada vez mais animado... Mesmo não gostando muito de entrar na sala de tratamento, o fato de meu pai, com 80 anos, pegar a coleira toda segunda e quinta pela manhã era uma festa para aquele bicho peludo de 27 quilos, que iria passear e encontrar as moças da clínica.
Pepe encarava isso como uma festa.


A quarta providência

Todas as noites, confinado, eu passava um spray de citronela nos pêlos de Pepe. Isso era um repelente (igual ao OFF que usamos quando vamos à praia, ao campo, ao camping, enfim, onde haja pernilongos). Além disso, passou a usar a coleira antiparasitária Excalibur e doses mensais de Front Line Plus, que elimina pulgas, carrapatos e outras pragas. E banho a cada 15 dias.
Foi quando mudaram meu horário no serviço. E eu passei a sair às 16:30h. Tive a idéia: sairia com ele para passear, deixaria o cão cansado e poderia, então, confiná-lo sem tantos latidos. Brilhante idéia. Nunca mais pensei em fazer academia de ginástica. Caminho com ele TODOS OS DIAS, cerca de 12 quilômetros, por duas horas. Saio do serviço, corro à casa da mãe, troco de roupa, saio com ele. Ele ouve o barulho da moto na esquina e já começa a latir desesperadamente. Sabe que é hora de levar o dono para passear. Pepe, desde então, é meu personal dog.

Ah? Sobre o Centro de Controle de Zoonoses? Eu entrei com uma ação contra a prefeitura. Só de advogado foram mais R$ 1.000,00.

O tratamento com a Anfotericina acabou e dois meses depois era hora de repetir do exame PCR. Dez dias levou para chegar o resultado. Dez dias de angústias. Dez dias de desespero.

O resultado do exame chegou numa – de novo – sexta feira. Saí do serviço e fui buscar o envelope. Não resisti. Abri lá mesmo... E aquelas oito letras do resultado me deixaram, por alguns segundos, completamente sem ação.


Aguarde o final desta história. Não perca o próximo post. Se perdeu a primeira parte, leia logo abaixo.

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AMOR MAIOR QUE A MORTE - A história e a vida de Pepe, meu cão - parte 1

>> sexta-feira, 11 de abril de 2008

Pelos comentários que tive por conta do post abaixo, vi que meu cachorro fez muito sucesso... Fiquei (confesso), enciumado – ele ganhou beijos de muita gente.
Então, este post (na verdade, será dividido em três ou quatro), vai ser uma espécie de homenagem ao meu cão e um alerta a todos que têm animais em casa.



Ele nasceu em 20 de julho de 2004 e passou a fazer parte de nossas vidas a partir de 23 de Agosto. A chegada de Pepe foi desejada desde um ano antes, quando meu irmão que ainda morava em São Paulo sugeriu de termos um labrador para fazer companhia para meus pais. Ele tinha ficado encantado com uma labradora que um vizinho seu tinha.

Eu, pra ser sincero, não era muito ligado a bichos em casa, e nem fiz muito esforço nessa empreitada, uma vez que nem morar com meus pais eu morava (e continuo não morando). Seria arrumar uma responsabilidade para eles – e com certeza muita reclamação.

Mas eis que conseguimos ganhar um filhotinho, macho, lindo, gordinho, fofo. Confesso (pela segunda vez) que me apaixonei por ele logo de cara. E na véspera dos 71 anos de mamãe ele foi colocado em seu colo como presente de aniversário dela e pela passagem do dia dos pais duas semanas antes.

Claro, meu pai só faltou expulsar ou o cachorro ou os filhos de casa. Não queria, sabia que aquela bolinha de pêlos iria dar trabalho, iria tirar o sossego, transformar a vida de todos.

Meu pai estava certo.


O nome dele foi escolhido por ser sonoro e de fácil assimilação por ele. O sobrenome, Ivan, foi tirado daquele furacão que destruiu Nova Orleans em 2004. Porque era isso que Pepe estava se transformando à medida que crescia: um furacão. As cadeiras? Todas comidas. O jardim da minha mãe? Sem planta alguma. Garrafas Pet? Ele transformava em skate. Objetos deixados ao seu alcance? Eram estraçalhados. E Pepe, no final das contas, acabou se tornando membro da família.

Em 2005 começou o pesadelo...

Depois de todas as vacinas que um filhote deve tomar, fomos fazer o exame para dar a vacina contra a Leishmaniose, também conhecida como “úlcera de Bauru”... E qual foi o resultado do exame? Positivo. Todo mundo sabe que animais positivos para Leishmaniose devem ser sacrificados. E ficar sem Pepe era a única coisa que eu nem cogitava. Fiz a chamada contra-prova... Positivo de novo. Meu mundo simplesmente desabou. No caminho entre o laboratório e a casa da mãe, eu chorei tanto que nem lembro como consegui dirigir até lá. Tampouco como consegui chegar. Era sexta feira e meu fim de semana estava simplesmente destruído. E quando contei em casa, vi os olhos de minha mãe, de meu irmão e, principalmente, de meu pai se encher de lágrimas que, pelo menos na minha frente, não caíram.

Entregar Pepe para sacrifício, com apenas 10 meses de vida, nem pensar... A veterinária que cuidava dele disse não ter condições técnicas para fazer o tratamento, mas indicou duas clínicas na cidade que estavam com tratamento experimental para a Leishmaniose. Procurei-as no sábado pela manhã. E uma delas, ficou acertado que faríamos o tratamento dele.

O que mais me doeu foi que eu namorava na época. E eu ouvi de quem eu amava e dizia me amar que eu deveria entregar meu cachorro sim, que era perigoso, que eu deveria pensar nas pessoas que ele poderia contaminar se fosse picado pelo mosquito-palha
Na segunda feira, pela manhã, o Centro de Controle de Zoonoses da cidade me procurou para acertar detalhes da entrega do animal. Bati o telefone na cara dele.


Não perca a continuação daqui a três dias. Se você tem um cachorro ou um gato, ele pode ser vítima da Leishmaniose também. E se você não quer perder seu animalzinho, precisa saber o que fazer.

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COMO TEM GENTE BURRA NESTE MUNDO - episódio 11 - Motoristas

>> quarta-feira, 9 de abril de 2008

"Motorista... motorista...
Olhe o poste... olhe o poste...
Não é de borracha... não é de borracha...
Vai bater... vai bater..."

(Musiquinha infantil, na mesma melodia dos "Dedinhos", da Eliana)


Semana passada eu estava revoltado com esse povo que atravessa as ruas fora da faixa de pedestres. Pois bem, esta semana vou guardar o carro na garagem e sair a pé com meu cachorro, o Pepe!


Falando sério: se alguns (veja bem, eu escrevi ALGUNS) pedestres aprontam das suas, alguns (veja bem, de novo eu escrevi ALGUNS) motoristas conseguem extrapolar o senso de egoísmo no trânsito.
Quando nossa caminhada começou, já vimos um motorista num desses carrões grandes, luxuosos que passou por nós numa velocidade tão alta que quase nem reparamos o modelo. Mania besta de andar "voando".
Eu sempre fui da opinião de que “quem tem pressa, sai mais cedo”. Carro é meio de transporte, não arma fatal (embora a gente saiba que mais de 50 mil morrem no trânsito todos os anos no Brasil). Pra que correr? Mostrar que o carro é potente? Fazer graça? Demonstração de poder? Balela. Isso é burrice mesmo. E das grandes!
Uns vinte minutos depois vimos um folgado.
Ele viu uma vaga, manobrou, acertou o carro, saiu, trancou as portas e foi às compras. Até aí tudo bem. O problema é que no poste ao lado do carro havia uma placa que era “proibido parar e estacionar”. Será que ele não viu? Não é possível, o poste estava bem ao lado do carro. Pois é, mas ele deve achar que é o dono da rua. Meu cachorro deveria ter mijado no pé dele.
Tal qual um outro que vimos alguns quarteirões depois. Ele parou numa vaga exclusiva para motoristas com algum tipo de deficiência física.
(Apesar que aí está certo... Ele pode ter dois braços, duas pernas, mas não tem cérebro... É, então ele não pode ser recriminado por estacionar ali.)
Bem, caminhamos bastante, foi legal, foi gostoso, mas quando estávamos voltando, era fim de tarde, horário do rush, e o trânsito já estava meio caótico. Fomos atravessar uma avenida, na faixa de pedestres e o que acontece?
Quase tivemos de subir no capô do motor de uns carros que estavam sobre a faixa. Da mesma forma que o pedestre não atravessa na faixa, o carro vai e pára sobre ela. Inversão de valores? Tivemos de fazer um malabarismo básico para conseguir chegar à outra calçada.
Como disse lá em cima, o trânsito mata mais de 50 mil pessoas todos os anos no Brasil. E infelizmente vai continuar matando se pedestres e motoristas não tiverem consciência de que eles podem ser não apenas as vítimas, mas os assassinos do trânsito, com suas condutas irresponsáveis e egoístas.
Bem, felizmente eu e meu cachorro chegamos vivos de mais um passeio.
Até quando?

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POMBO CORREIO (by Sérgio Enzo)

>> domingo, 6 de abril de 2008

- Euzer, isso aqui está lotado demais hoje.
- Pois é, e eu achei que não fosse vir ninguém, por causa da inauguração da outra.
- Levei mais de meia hora na fila pra entrar.
- Bem, o que importa é que não quero mais pensar nas porradas que tomo... Quero mais é me divertir.
- Eu também. Apesar que...
- Eu sei: Marina!
- É... ela não sai, mas também não faz esforço nenhum pra ficar.

Eu não sei há quanto tempo conheço meu amigo. Tenho certeza que ele também não sabe. Somos muito diferentes. A começar pela diferença de idade: ele é quase 10 anos mais velho.

- (Alguém) Puxa, Euzer, você não pára de dançar, o que aconteceu? Você não era assim.
- (Euzer) Hoje estou a fim de soltar os demônios nesta pista, antes que eu pire!

Meu amigo uma vez falou que, se juntássemos o que ele é e o que eu sou numa pessoa só, talvez conseguíssemos um dos seres humanos mais “completos” da cidade. Ele é todo tímido. Eu já sou mais atirado. No entanto, como eu não meço as conseqüências das minhas conquistas, vivo me metendo em encrencas. E quem me ajuda a sair delas? Ele, claro.

- Sééééééééérgio!!!! (seguido de um forte abraço)
- Oi, Dani (retribuindo o abraço)...
- Como está?
- Estou bem! Muito trabalho, mas consigo arrumar um tempo pra me divertir...
- Aquele ali não é o...?

Se eu sou meio inconseqüente em meus atos (exceto na profissão), meu amigo é meticuloso e totalmente analítico – e quando se trata de relacionamentos, de conhecer pessoas, sua timidez talvez seja o motor disso. Ele não dá o primeiro passo se não souber exatamente o tamanho da caminhada, o trajeto dela e, principalmente, o que ele vai encontrar no final. Se algum ponto provocar alguma insegurança em seus atos, ou ele pára a caminhada ou nem a inicia. Eu, no entanto, prefiro deixar rolar. Se der certo, melhor pra mim. Se der errado, depois eu vejo como vou fazer.

Sérgio e Dani viram Euzer conversando com um paquera de "Alguém" (citada acima):
- Oi, foi pra você que eu fui apresentado agora há pouco?
- (Lembrando a fisionomia) Sim, sou eu mesmo!
- Então, eu voltei agora, mas não o encontrei. Queria dar mais um beijo antes de ir embora. Se você encontrar, diga isso, por favor?
- Pode deixar.


Pra mim isso passaria despercebido. Para ele, não: “Como uma pessoa que nem lembra meu nome vem e enfatiza que quer dar mais um beijo? Das três uma: Ou fez isso porque já soube que já rolou conosco antes dele, e quis dizer que agora é ele quem está na parada. Ou foi uma grande gafe, digna dessas da revista Caras. Ou fez isso atendendo a um pedido, porque eu não quis ficar de novo, ou seja, tentou fazer ciuminho bobo”.

Domingo à noite:
- Sérgio, sou eu!
- Diga...
- Acabei de receber um telefonema. Fui convidado para ir ao cinema.
- E quem convidou foi... por um acaso...?
- Foi.
- E você vai ao cinema?
- Não. Vou estudar. A prova no Banco será domingo que vem.
- Mas... E o talzinho que veio pedir pra você ser pombo-correio ontem?
- Então, né, Sérgio? Você está ficando espertinho... Está entendendo o “espírito da coisa”: o talzinho deve ter sido pra provocar ciúmes, senão teria sido ele o convidado para o filme. Não eu!

Nossa amizade é assim: se eu precisar puxar a orelha dele, puxo. Mas com certeza ele faz o mesmo com as minhas. Verdades são ditas sempre.
E temos dois ouvidos para podermos prestar muita atenção no que o outro tem a dizer. Somos amigos. Somos unidos. Somos cúmplices. Somos complemento um do outro. Posso dizer que amigo é aquele que está ao nosso lado quando mais precisamos. Mas, o verdadeiro amigo é aquele que está ao nosso lado principalmente quando NÃO precisamos dele.

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COMO TEM GENTE BURRA NESTE MUNDO - episódio 10 - na faixa de pedestres

>> quarta-feira, 2 de abril de 2008

Aquele monte de listras brancas, paralelas, que ficam nas esquinas, indo de um lado a outro da calçada chama-se faixa de pedestres, certo?
Então, por que existe gente que insiste em atravessar a rua fora dela?

Pior: por que há pessoas que atravessam a rua a poucos metros de onde há uma faixa de pedestre?
E esse comportamento imbecil de algumas (muitas) pessoas não é privilégio só de grandes cidades não.
Quem mora em São Paulo já deve ter visto: quantas pessoas atravessam a Avenida Paulista pelo meio do quarteirão?
No Rio, quantos atravessam a Avenida Atlântica assim?
Campinas, Recife, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Bauru, Santos, Porto Alegre, Fortaleza, João Pessoa... Em qualquer cidade, há exemplos disso.
E os ônibus? Eles param no ponto no meio do quarteirão. O passageiro desce, passa pela frente dele, enfia a cara pra ver se vem carro e atravessa.
Aí vem um carro, cujo motorista não está esperando aquela “aparição” em sua frente e pisa fundo no freio para evitar o choque – quando evita - correndo o risco de ser colidido pelo carro que vem atrás dele.
Aí o pedestre é atropelado e, se tiver a sorte de não se machucar, além de destruir o carro, ainda sai dizendo que o motorista “vinha correndo”.
Eu queria saber o que aconteceria se esse tipo de pedestre pudesse ser multado também quando fizesse uma “cagada” destas.
O Código Brasileiro de Trânsito, de 1998, se não me engano (se eu estiver errado, por favor, leitores, corrijam-me) previa alguma coisa neste sentido, mas faltava uma definição melhor deste tipo de punição e regulamentação.
Eu só sei que já estou cansado de ler notícias de atropelamentos de pessoas que atravessaram a rua fora da faixa de pedestres. E, sinceramente, espero não ser eu o próximo motorista a ter meu nome nos jornais e na TV.
Apesar que, em alguns casos, dá uma vontade meio assassina de NÃO pisar no pedal do freio... Ah, dá!

(Votem na enquete ao lado - não tem nada a ver com este post)

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