São Paulo - Cores e Nomes - Episódio 02
>> sábado, 20 de junho de 2009
JUAREZ, UM MOTORISTA
O capítulo de ontem da novela das 8? Futebol com os amigos no fim de semana? Visita aos parentes? Para Juarez Arnaldo Fonseca da Costa, 42 anos, isso é algo que foge totalmente à sua realidade. O dia para ele começa às 3 e meia da manhã, quando sua esposa, Maria Inês, de 40, levanta para preparar seu café. Às 4 e meia, a Kombi já está à porta de sua casa para levá-lo pro trabalho. Não vê a filha Jéssica, 12 anos, acordar para ir à aula. Juarez é motorista de ônibus.O pesado articulado da linha 5111 – Parque D. Pedro II – Terminal Santo Amaro está “tinindo”. Limpo, cheiroso. A madrugada fria faz com que o motor fique alguns minutos aquecendo antes de deixar a garagem e, a partir das 5 e meia, encontrar seus velhos conhecidos.
Tem a estudante que ainda não acordou, mas ouve suas músicas no MP3, tem o office-boy que trabalha no Centro. Alguns engravatados já tomam acento. À medida que avança o trajeto, mais carros começam a congestionar o trânsito de São Paulo.
A cerração da manhã, junto com o frio, impede que o sol dê uma trégua ao frio insuportável. As mãos de Juarez, geladas, seguram firme o volante do pesado veículo articulado, que já acomoda quase 80 pessoas. Está ao lado do Parque do Ibirapuera. Agora é que o ônibus vai lotar.
Juarez e o cobrador trocam algumas palavras. Quando uma senhora sobe, começa a conversar, a reclamar do frio, da falta de educação das pessoas. E Juarez conta da filha. Ela vai fazer 13 anos no fim de semana e ele quer dar a ela um computador, para ajudar nos estudos. Economizou e pretende pegar a folga na sexta para ir, com a filha, escolher um modelo de seu gosto.São três da tarde. Sol forte, mas não para espantar o frio. Na Brigadeiro, indo para o Terminal Santo Amaro, dois rapazes entram no ônibus e, sem alarmar os passageiros, anunciam o assalto ao cobrador. Este, sem fazer alarde, entrega o dinheiro mas consegue fazer um sinal para avisar Juarez. Do celular, ele aciona a polícia. Quando a viatura cerca o ônibus, já próximo à Avenida Santo Amaro, um dos assaltantes faz os passageiros reféns. Começam as negociações que se avançam por aquela tarde.
De noite, as emissoras de TV mostram ao vivo o drama dos passageiros, motorista e cobrador daquele ônibus. Congestionamentos em toda São Paulo. Reféns são soltos um a um. Só ficam com o cobrador e Juarez. Um dos assaltantes sai e liberta o cobrador. O outro sai com Juarez. Inês e Jéssica acompanham o drama do pai pela TV. Ao sair do ônibus, o assaltante atira. A bala acerta seu Juarez.
O presente que Jéssica espera receber de aniversário é que seu pai sobreviva à cirurgia para retirar a bala que se alojou em sua barriga.
46 bedelhos!:
Incrível: não sei o porquê, mas, depois de ler o post, me dei conta do quanto uma situação tão terrível, tão repentina, é tratada como "normal", como "cotidiano".
Não quero criticar o governo po^r não cuidar da segurança pública, isso não adianta mais. E o que adianta? Já não sei mais.
Apesar de se tratar de um assunto pesado e desgastado, o texto é bom, bem escrito. Parabéns.
Obrigada por comentar no Hoppípolla, volte sempre.
www.hoppipollablog.blogspot.com
ps: linkei o seu blog.
Caram muito bom texto.
Lembrou até um pouco um que publicquei a pouco em meu blog :)
Mas achei o final um tanto ou quanto previsível.
será?
abração e parabéns!
http://martonolympio.blogspot.com/
Belo texto, prendeu minha atenção e me fez pensar...
Abração do Saci!
E é assim em todo canto, né?
Tem certos planos que a gente traça de meses que acabam em menos de um minuto. =/
A gente nem devia se acostumar. =/
É...vida de motorista de ônibus não é fácil, não, cara...XD
Coitado do Juarez, é uma história muito triste.
Beijos
Parabéns pelo ótimo post, nos leva a reflexão de muitas coisas.
Muito bom o blog, seguindo , espero sua visita no meu tb e espero tb que me siga tb!
Grande abraço e sucesso!
Obrigado pelo Post, ...ainda não tenho nenhum livro publicado, mas ja penso em publicar um...!
http://yaseryusuf.blogspot.com/
de volta aqui :)
lendo os outros.
Ótimo post, me lembrou o caso do 174...
Críticas de cinema, www.cafedefita.blogspot.com =*
Oi, Euzer!
À medida que fui lendo o texto, imaginei um desfecho muito diferente e tomei um susto quando começou a parte do assalto.
Sabe, Euzer, são essas coisas pesadas do dia a dia que não podem cair na normalidade, na visão da sociedade. As pessoas não podem ficar caladas ao presenciar tanta violência e fingir que é apenas "mais um assalto", mais um assassinato, mais um tiroteio, mais um abuso sexual, mais uma vítima fatal de um condutor alcoolizado...
Realidade ou ficção, a história que você nos contou serviu para nos lembrar como o mundo anda coberto de violência. Serviu para cada um repensar suas posturas na vida e valorizá-la. Infelizmente, dizem que para a maldade não existem limites. Mas isso tem que parar! Até quando, meu Deus?
Eh ne Facil naum !
AE mano c Quiser parcerias !
Add msn ae !
wender.radical@hotmail.com
FUIIIIII
Coisas assim abrem os olhos, e nos mostram que temos que agir.
Oi, Euzer!
Que bom voltar aqui no seu blog e ver um texto tão bacana. Parabéns mesmo, viu!
É impressionante como a criminalidade destroi vidas e desfaz sonhos. O seu texto me prendeu do início ao fim. Já tive a oportunidade de trabahar com jornalismo policial e esse relato é mais comum do que imaginamos.
Abraço,
http://cafecomnoticias.blogspot.com
Voltando :)
Seu texto está muito bom, prende a atenção da gente até o final.
belo texto
muito bom msm
abraços
http://bananadae10.blogspot.com/
Post show,infelizmente isso é verdade,pra muitas pessoas isso ja virou até coisa rotineira!
Satisfação em ler um post igual ao seu!
Já comentei aqui, mas vale a pena dizer que o layout do blog tá muito legal :D
Abraços do Saci!
é... o cotidiano é muito anormal... triste... e é curioso como lendo seu post, me peguei na dúvida se a história é real, pois é tão comum que até seria possível ser. é tão doloroso e tão habitual...
amigo, obrigado por me lembrar mais um dia que a carnificina que pra alguns jornais é festa, pra todos nós deve ser ainda motivo de vergonha.
abraço!!!
Muito legal o texto. Gostei mesmo.
Parabéns
O cotidiano é muito parecido em qq lugar... rs
Aqui no Rio o cobrador não reclama do frio, mas puxa papo com a celebre frase: 'Tá quente hoje, né?' + rs
Porra, td mundo sabe que aqui é quente a maior parte dos dias!
Mas daí, desse pequeno detalhe cotidiano, podemos notar um fenômeno sociológico.
Que é a carência desses profissionais que lidam com o público, mas são ignorados pela maioria.
Não é uma profissão mole mesmo, exposta, sim, à violência, indiferença...
ahahaha.. parece mentira, mas quando eu era muleke eu sonhava em ser motorista de ônibus em Belo Horizonte!
eu gostava demais.. achava q era bom
aehueahuaeae
flw
cara gostei bastante do texto D:
VS é ótimo, mto bom :D
http://tiomah.blogspot.com/
muito bacana o texto!
é a dura realidade a que estamos sujeitos..!
vou adicionar seu link no meu blog, gostei bastante daqui!
bjs
É a realidade de um Brasil cruel com seus filhos, se fosse um pais decente essas coisas não aconteceriam.
BLOGdoRUBINHO
www.blogdorubinho.cjb.net
Muito bom!
?Mas dá vontade de saber que vai acontecer no final
Realmente o seu texto faz a gente pensar que cada um tem uma vida e sua historia.
Muito legal seu blog.
Visita lá o meu blog: http://vivianesobral.zip.net/
É uma boa história (fiquei na duvida, se é real ou não). E, infelizmente, essa é a realidade dos trabalhadores de empresas de ônibus nas grandes capitais: estão sempre correndo riscos, sem saber se no final do dia, poderão estar no seio de suas famílias.
Eu de novo por aqui, vim agradecer os comentários no blog.
Críticas de cinema, www.cafedefita.blogspot.com =*
Bah li de novo este texto, porque curti mesmo.,
Lembra um caso famoso que teve no Rio!
Vc um cronita de categoria, qualauer historia é boa histo'ria contada por vc. Abraços
Sabe quando vc tem muita coisa pra falar, mas ao mesmo tempo nada parece bom o suficiente? quando os adjetivos parecem poucos perto do texto?
nem tem como explica a sensação.
__
Cara que bom que vc curtiu as indicações das bandas.
esse he no nosso proposito...
visite nos sempre
Natan Fusco,
www.degaragem.com
Achei magnifico....e acabei lembrando de um programa da Tv Futura ( O Bom Jeitinho Brasileiro), que fala sobre a rotina de trabalho de muitos brasileiros.
Parabéns!
HAHA legal
eu sou do orkut
flw
arabéns pelo blog e obrigado pelo comentários no www.vainessablog.blogspot.com :))
NOSSA PARABENS UM ESCRITOR
Creio que já comentei aqui, mas...XD
Fiquei curiosa para saber se o Juarez melhorou. Essa história realmente é muito triste.
Beijos
Já li....
Texto cru, consistente e direto.
Espelho fiel da realidade nua e crua que vivemos.
Aliás, "cru" é a palavra que mais me ocorre ao ler seu texto... não a considere ofensiva, porque ser "cru" é mostrar a verdade tal como ela é.
Parabéns:
Quando desejar, acesse:
http://sementesdevitoria.blogspot.com/
Só Deus! Sò Deus!
as vezes a cidade que amamos nos odeia com igual força.
MENINO!!!!!! Onde é que vc estava?!? Sumiu!!! Que bom que estás de volta... Jogo de Dominó?!? Tô dentro!!!! Mas traz o KY... vai saber, né? Hehehehe!!!!! Hugzzzz!!!
Tava indo bem até o final. Tbm achei previsível. Fora esse "detalhe" tá super bem escrito. Pontuação e ortografia. O que tem sido raro na blogosfera.
Abs.
Tava imaginando o final dessa história.
o que me surpreendeu mesmo foi ser justamente a linha 5111 T. Sto Amaro PQ D. Pedro, uma linha que as vezes pego pra ir trabalhar. Vc tb a pega? Poderemos nos encontrar neste onibus?rsrs
Um dia contarei as historias inusitadas q já passei nesse onibus meio zicado, especialmente no seu primeiro ponto no Lg 13 de Maio em Sto Amaro...rsrsrs
Mas o texto mostra como é duro tudo isso, um sujeito trabalhador acaga pagando na mão de safados assaltantes.
Ah, respondendo sua pergunta, aquela foto é de um barzinho q agora n me recordo o nome, mas nao sei se aquela foto dentro da foto (hehe) é mesmo dessa estação q vc falou.
Obrigado pelo comentário no meu blog. O seu comentário tb é mto importante para mim.
Abçs!!!
http://blogpontotres.blogspot.com/
Novo post: O Homem do Creme de Barbear
Siga nessa toada que irá longe, amigo!
abç
Pobre Esponja
Mais uma triste história de violência urbana. Ainda bem que esta é apenas uma estória... mas quantas não são?
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